terça-feira, 22 de maio de 2012

11) LIVRO X INTERNET


Sabe aquele problema de você ler um livro e depois de certo tempo não se recordar mais, ou quando muito ter uma vaga lembrança?

Aproveitando a existência da internet (e dos Blogs) para amenizar esse problema tomei a decisão de publicar no Blog os livros lidos com um resumo da impressão obtida, sem prejuízo inclusive de compartilhar com os interessados.

Antes porém, faremos uma pequena abordagem da história do livro.

O que é livro? A UNESCO na década de 60 definiu como sendo uma publicação impressa, não periódica, contando com, no mínimo, 49 páginas. Por outro lado, trata-se de um veículo de informação que significa muito mais que uma definição padrão como a apresentada.


Antes mesmo que o homem passasse em utilizar determinados materiais para escrever ( fibras, vegetais, tecidos), utilizavam filetes de argila cozida. Com o advento da invenção do papel e da impressora, a função do livro passou por grandes modificações dentro das mais diversas sociedades, a ponto de se transformar em mercadoria, impondo a elaboração de normas técnicas para a sua confecção.

No moderno movimento editorial das chamadas sociedades de consumo, o livro pode ser considerado uma mercadoria cultural com maior ou menor significado no contexto sócio econômico em que é publicado.

No que diz respeito à sua função intrínseca, pode-se dizer que o livro é um instrumento cultural de difusão de idéias, transmissão de conhecimento, registro de documentos e imagens, entretenimento, etc.

A palavra escrita venceu o tempo e o livro conquistou espaço, difundindo idéias que vão de Sócrates, Platão, Horácio, Sartre, Adolf Hitler, Karl Marx  e Adam Smith.

A história do livro confunde-se com a história da humanidade. Sempre que escolhemos frases e temas que transmitem idéias e conceitos , estamos elegendo o que alguém considerou significativo num determinado momento histórico e/ou cultural, fornecendo dados para análise futura da sociedade que viveu. O conteúdo de um livro (aceito, discutido ou refutado), integra a estrutura intelectual dos diversos grupos sociais.

Nos primórdios, o escritor geralmente vivia em contato direto com seu público, que era formado por uns poucos letrados, já cientes das opiniões, idéias, imaginação e tese do autor, adquiridas pela própria convivência que tinha com ele. Era comum, mesmo antes de ser redigido o texto, as idéias nele contidas já haviam sido intensamente discutidas pelo escritor e parte de seus leitores, normalmente conhecidos como discípulos.

Até o século XV, o livro servia exclusivamente a uma pequena minoria de sábios e estudiosos que constituíam os círculos intelectuais que tinham acesso às bibliotecas, as quais eram abarrotadas de manuscritos ricamente ilustrados. Era comum tais afazeres serem realizados em mosteiros em regime de confinamento.

Com o reflorescimento comercial europeu, ao final do século XIV, burgueses e comerciantes passaram a integrar o mercado livreiro da época. A erudição laicizou-se, e o número de escritores aumentou, surgindo também as primeiras obras escritas em línguas diferentes do latim e do grego.

Já nos séculos XVI e XVII surgiram diversas literaturas nacionais (em diversos países europeus) abrindo espaço ao florescimento literários regionais.

Com o desenvolvimento do sistema de impressão de Gutenberg, a Europa dinamiza a fabricação de livros, imprimindo em cinqüenta anos 20 milhões de livros para uma população de aproximadamente 100 milhões de habitantes (a maioria de analfabetos), significando a primeira grande revolução cultural em massa.

Impressos em papel, feitos em cadernos costurados e posteriormente encapados, os livros tornaram-se empreendimento cultural e editorial. Os editores passaram logo a se preocupar com uma melhor apresentação do produto e ainda com redução do preço, formatando uma verdadeira mágica capitalista que os socialistas normalmente não compreendem.

Tudo isso levou à comercialização e socialização do livro, e os livreiros baseavam-se nas predileções de seu público para imprimir suas obras, especialmente as religiosas, novelas, coleções, manuais técnicos, anedotas e receitas.

O percentual de leitores não cresceu na mesma proporção que a expansão demográfica mundial. Somente com as modificações socioculturais e econômicas do século XIX correu um relativo aumento de número de leitores, sobretudo na França, Inglaterra e Alemanha, onde alguns editores passaram a produzir a preço baixo obras completas de autores famosos. Nessa fase o livro começa a ser interpretado como símbolo de liberdade.

Timidamente esse fenômeno começa a ocorrer nos demais países civilizados e somente no século XX nos países tidos como periféricos. A grande massa da população mundial mostrou maior receptividade aos jornais periódicos e folhetins, por serem mais dinâmicos e atualizados, além de acessíveis ao poder aquisitivo da grande maioria.

Tais transformações não chegaram abalar o livro como símbolo cultural de difusão de idéias, como fariam, mais tarde, o rádio, o cinema, a televisão e a internet.

O advento das técnicas eletrônicas, o aperfeiçoamento dos métodos fotográficos e pesquisa de materiais fizeram alguns teóricos da comunicação de massa apregoar um futuro sem os livros tradicionais com seu formato típico com suas folhas de papel.

Em linha inversa a essa teoria, no final do século  XX e começo do século XXI, o consumo e produção de livros aumentaram significadamente.  As obras – sobretudo best-sellers passaram a ser impressos em rotativas como as revistas e vendidos a preços módicos nas bancas de revistas.

A televisão e o rádio transformaram o mundo, impondo o conceito de aldeia global, formatando uma espécie de “espelho social”.  Nesse sentido as sociedades passaram “decretar” suas prioridades em relação aos textos escritos. A internet surgiu graças a essa difusão de conhecimento global, permitindo a interação individual das pessoas, não dependendo tanto da  percepção empírica dos grandes produtores. Afirmo que a internet representa a “alma individual”, haja vista que a ninguém é dado o direito ou dever de acessar um site, mas apenas ao internauta.

É o caso deste Blog, que nasceu da vontade íntima do autor, porém pode ser compartilhado com quem livremente deseje, e em qualquer lugar do mundo. Daí a importância em apresentar e debater todo tipo de livro, que vem acompanhando a evolução humana e libertando as pessoas. 

Um comentário:

  1. Amo livro... seja em que formato for. Mas os mais lidos e mais comprados são e serão sempre aqueles que de tão nã-livro deveriam ter outro nome...

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