sábado, 17 de setembro de 2011

10) O ABECEDÁRIO DAS GERAÇÕES

Não sei quem estabeleceu que os nascidos nos séculos XIX e XX pertencem à geração “X” e os nascidos no Século XXI são da geração “Y”, em referência à seqüência final do nosso abecedário, mas, seja quem for, provavelmente estava imbuído da constante sensação de estarmos no final dos tempos, aguardando apenas a ultima geração que estará por vir, a geração “Z”.


Seja como for, passei a intentar certa elucubração sobre esse suposto abecedário das gerações, ampliando esse cronograma temporal na contextualização do planeta terra, considerando que toda espécie de evolução está contida no organograma filosófico da existência.


Dessa forma, por minha conta e risco, passarei a desenvolver uma tese desse abecedário evolutivo, começando pela letra “A”.


Como não poderia ser diferente, a Geração “A”, começa com o advento do “Big Bang” onde tudo começou. Essa geração perdurou por bilhões de anos até surgir o primeiro foco de vida no planeta, começando nesse momento a geração “B”.


Diria que as gerações “C”, “D”, “E, e “F” são separadas pelas diversas evoluções da vida, no que se refere à complexidade dos seres que começaram a se desenvolver até constituir células, sistema nervoso, exoesqueletos e outras adaptações sugeridas pelas inúmeras correntes cientificas. Nessa fase as gerações mudam de letra por intervalo de centenas de milhões de anos.


Surge a geração “G” com o aparecimento dos primeiros primatas e a geração “H” com o surgimento do “homo-sapiens”. Nessa fase, as evoluções de mudança das letras passam a ser por dezenas de milhões de anos. Nas gerações “I” e “J” estaria fixado no processo evolutivo do homem da caverna, desde sua vivência nômade florestal, até a formação das organizações tribais. Nessa fase uma geração substitui a outra em intervalo de milhões de anos.


Na geração “K” nasce a noção de família, na geração “L” nasce a noção comunitária e na geração “M” a noção territorial onde o homem começa a desenvolver as primeiras cidades. Nessa fase, a velocidade de mudança de gerações começa a ser de centenas de milênios, e as gerações “N”, “O” “P” e “Q” dividida em dezenas de milênios, chegando a aproximadamente 10 mil anos antes de Cristo.


As gerações “R”, “S” e “T” tem evolução milenar, constituindo nesta ultima o início do cristianismo. A geração “U” começa com a queda do Império Romano, e a geração “V” perdura por toda a baixa idade media. A geração “W” termina com o advento da Revolução Francesa, onde começa o marco da conhecida geração “X”.


Muito embora já convivemos com os nascidos na geração “Y”, quem ainda manda no mundo são os pertencentes à geração “X” que teve duração de dois séculos.


O interessante de tudo isso é que, como em tudo que sofre efeitos de mudança, uma geração, necessariamente, nasce para negar a geração anterior. A geração “W”, por exemplo, foi a geração colonizadora escravocrata, que conduziram o nascimento da Revolução Industrial na força da chibata, dando vazão à formação de diversas correntes libertarias, incluindo ai as primeiras aspirações marxistas.


Tal como ocorre hoje, mesmo entrando a então nova geração “X” com o advento da Revolução Francesa, quem dava as cartas de mando eram pessoas com a cabeça presa nos valores da geração “W”. Nesse sentido, deve-se registrar que os valores de uma geração sempre ficam registrados na nossa memória genética, dando ênfase a existência de valores antigos, mesmo sob a égide de valores novos.


Por exemplo, a geração “V” foi toda pautada na religiosidade. A geração “W” já era a negação disso, tendo o homocentrismo como mola propulsora. Nesse período, o mundo viveu uma verdadeira revolução cientifica, onde tudo era permitido em nome da ciência, vindo inclusive a fundamentar a implantação do comunismo materialista soviético e do nazismo hegenômico alemão em plena era da geração “X”, cuja aspiração era pautada na liberdade e na democracia. Mas observa-se que o fenômeno da religiosidade cega e irracional se preserva entre nós, mesmo que de forma pouco representativa.


Outro fenômeno que deve ser estudado está relacionado a diminuição dos intervalos de tempo das mudanças de uma geração para outra. Como vimos, da geração “K” até a geração “Q” tinham durações separadas por centenas ou dezenas de milênios, donde as características de cada uma delas eram vivenciadas na essência.


Muito embora das gerações “R” até a geração “U”, as mudanças ainda eram divididas por milênios, ocorreram fenômenos que permitiram uma geração conhecer valores da geração antecedente, por força da invenção da escrita e do Estado organizado.


Sendo assim, provavelmente não será possível vivermos a essência da geração “Y”, cujas colunas mestras dessa geração será o individualismo e desapego ao materialismo e ao nacionalismo.


O interessante é que os personagens da geração “Y”, muito embora extremamente individualistas, terão muito mais consciência ambiental do que os xenófobos da geração “X”, porque enquanto estes preservam o coletivo regional com conceito de pátria e território, àqueles cultuarão o coletivo universal, motivando consciência ambiental e ecológica mundial, tão necessárias em nossos dias.


Pela primeira vez na historia, possivelmente ocorrerá o fenômeno de um precursor de uma geração interagir em vida com o precursor da geração seguinte, ou seja, o jovem de hoje da geração “Y’ com um individuo que nascerá no final do século 21, onde possivelmente estaremos entrando na geração “Z”.


A pergunta que fica é: O abecedário começará novamente? Primeiramente penso que por força dessa velocidade entre as mudanças de gerações, essa divisão não terá o mesmo sentido atual. E numa segunda hipótese, pode até ser que a geração “A1” se inicie em um outro planeta, que possivelmente a geração “Z” colonizará. Alguém ousa duvidar?................................................................................................................
O QUE ATÉ GUIMARÃES ROSA JÁ SABIA SOBRE A GERAÇÃO Y.


Antes mesmo de existir a expressão “Geração Y”, um dos maiores escritores brasileiros já escrevia o que pode ser considerado hoje o lema dessa geração: “Viver é plural”.

Informe publicitário da PUC/PR publicado na Revista Veja Edição 2.340 em 25 de setembro de 2013.


sábado, 20 de agosto de 2011

9) NÚMERO DE VEREADORES

Tenho acompanhado atentamente essa discussão da questão do número ideal de vereadores e me lembrei da discussão sobre a lei de desarmamento. Quem defendia o SIM (desarmamento) eram tidos como “os bonzinhos” politicamente corretos de sempre. Já os adeptos do NÃO (como eu) eram vistos como os “malvadinhos”.

Alguns temas discutidos sob a égide da emoção e deslumbramento, geram esse fenômeno, forçando que utilizemos da ironia.

Faz o seguinte: aprovemos 01 vereador apenas. Como ele vai ter direito constitucional de 4,5% do orçamento dá para estabelecer o teto máximo salarial permitido, mas como vai sobrar muito dinheiro, ele pode aprovar algumas Leis (só ele que vai propor e votar mesmo) que lhe conceda um cartão corporativo sem limite de gastos, um belo carrão com motoristas, apartamento funcional, diversas viagens ao exterior. Sem contar que vai conseguir o que quiser do Poder Executivo que terá 100% da câmara subserviente.

Eu defendo o limite máximo permitido e ponto final. Chamo quem quiser ao debate. Alias, a câmara está pecando em não abrir uma audiência pública sobre o assunto. Se nenhum dos vereadores tem coragem de realizar essa defesa a altura, podem me chamar que eu tenho.

A divisão dos poderes foi conquistada a custa de muito sangue derramado. O Poder legislativo, a imprensa livre e um poder judiciário independente, são as vértebras de sustentação de uma sociedade livre. Já o poder executivo sempre carregará tendências autoritárias. Isso não e teoria. Basta estudar a historia da humanidade.

De todos os impostos que pagamos, em média, o Poder Executivo detêm aproximadamente 80%, o Poder Judiciário 15% e o Poder Legislativo 5% do montante (Londrina é 4,5%).

Até no Império Romano que existiu numa época de absolutismo, regido por imperadores que se diziam representantes divinos e absolutos, era mais organizado em termos de direitos individuais, por força de um parlamento regulador, representado pelos senadores romanos.

Não existe e nunca existiu um Estado democrático sem Poder Legislativo. A própria China que vive um dos seus melhores momentos econômicos, corre o risco de por tudo a perder se o sucessor de Hu Jintao não for detentor do mesmo espírito pragmático ou for preso à ideologias retrógradas, isto porque, lá não existe ainda a divisão de poderes e alternatividade de comando, regras imprescindíveis para a perenidade do regime democrático liberal.

A garantia destes dois institutos, dependem justamente do Poder Legislativo. Por outro lado, no sistema vigente, não estamos livres de alguns prefeitos, governadores ou presidentes com tendencias ditatoriais. E o maior sonho de maus gestores é interagir com um legislativo fraco, normalmente cooptado através de cargos e benesses oferecidos por essa poderosa máquina que detém 80% dos recursos.

Nesse sentido, o número de parlamentares deve ser o máximo possível dentro daquele orçamento de aproximadamente 5%. Podem acreditar, é bem mais vantajoso para a sociedade ter um parlamento mais representativo a devolver 1 ou 2% dos 5% que lhe é destinado, pois, se um executivo absolutista e mau intencionado desviar 10% dos seus 80%, equivale ao dobro daquele legislativo servil e enxuto.

Os grandes embates vividos no legislativo londrinense ocorreram quando a casa contava com 21 vereadores, lembrando que eram 20 desde a segunda legislatura em 1951, quando a cidade contava com aproximadamente 70 mil habitantes. Assim sendo, com 506 mil habitantes, 25 vereadores representam proporcionalmente muito menos que os 20 há décadas atrás.

Por tudo isso, defendo o aumento do número de vereadores em Londrina em número máximo que a lei permite e convido todos os londrinenses lúcidos e comprometidos com a cidade lançar a campanha do 25 JÁ.

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EXTRA! EXTRA!
Novos desdobramentos sobre essa discussão de aumento de vereadores.

TSE PROMETE COLOCAR ORDEM NA CASA.

Essa discussão não é exclusividade de Londrina.

Preocupados com os desdobramentos que esse assunto está causando, é bem provável que os Ministros do TSE vão intervir para colocar os pontos nos is.

O que está acontecendo?

Como o poder de pressão das entidades e da imprensa é maior nos médios e grandes municípios, da forma que se está caminhando essa discussão, o Brasil corre o risco de ter um fenômeno único dentre os paises democráticos, ou seja, grandes municípios com menor número de vereadores que os pequenos municípios, constituindo um verdadeiro Frankenstein representativo Brasil afora.

Explica-se

A Constituição Federal em seu art. 29 estabeleceu 24 faixas de representatividade considerando o numero populacional, a saber:

a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes;

b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes;

c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;

d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes;

e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes;

f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes;

g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes;

h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes;

i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes;

j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes;

k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes;

l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes;

m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;

n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes;

o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;

p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;

q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;

r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;

s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes;

t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes;

u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes;

v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes;

w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e

x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes.

(alíneas alteradas pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

De forma que um município situado em faixa posterior nunca poderá estabelecer seu numero de vereadores abaixo do numero máximo de vereadores previsto para a faixa anterior. Trocando em miúdos. Londrina que está na faixa descrita na alínea “i” não pode fixar limites estabelecido na alínea “h”. Se pudesse, ele também poderia avançar para alínea subseqüente “j”, abrindo vistas a descumprimento constitucional.

Diante a tudo isso, a Câmara de vereadores do município de Taubaté/SP provocou o TRE que provocou o TSE. Saiu no Diário de Maringá. Leiam...

http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/475159/aumento-do-numero-de-vereadores-esta-no-tse/

Tenho dito: NÃO É FÁCIL MANTER A LUCIDEZ NUMA SOCIEDADE DESLUMBRADA, MAS NO FINAL É SEMPRE COMPENSADOR.

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Comentário que fiz no Blog Paçoca com Cebola ainda sobre esse tema polêmico de número 9.
Se o TSE não colocar ordem nessa discussão o Brasil vai sair no Guinness Book como o único país democrático cujos municípios pequenos terão mais representantes que os grandes municípios. Isto porque nos pequenos municípios esse poder de pressão desses grupos são inexistentes permitindo que a adequação constitucional seja feita sem maiores problemas. E por falar em adequação constitucional fica a pergunta: Poderia a Câmara decidir por 27 vagas??? Resposta: Não. Porque seria inconstitucional uma vez que esse número é autorizado para municípios com população entre 600.000 a 750.000. A faixa de Londrina está na alínea “i” do artigo 29 da CF, não sendo permitido avançar para alínea “j”. Ocorre que reduzir pode ser considerado também inconstitucional porque significa também mudar de alínea. As 15 vagas, por exemplo, propostas pelos “Amigões”, implica em jogar Londrina para a línea “d” do artigo 29, de forma que se o TSE julgar procedente essa mudança da alínea para baixo, abrirá vistas a permitir toda e qualquer outra mudança de alínea para cima, patrocinando um verdadeiro “samba do crioulo doido”. Quem viver verá

sábado, 7 de maio de 2011

8) HOMENS DE BARBA E O “ESTABLISHMENT”





Osama Bin Laden atacou o “establishment” mundial e por isso mereceu morrer. O fato é que muito sangue foi derramado na história da humanidade para chegarmos a esse almejado “establishment” mundial, cujas colunas mestras estão firmadas na democracia capitalista, na igualdade entre as pessoas, nos direitos humanos, na legalidade, no direito a ampla defesa e ao contraditório, na autonomia e independência dos poderes executivo, legislativo e judiciário, no direito de propriedade e na livre iniciativa e tantos outros direitos que são negados nos países cujos governos são autoritários, fundamentalistas e ditatoriais.

Muitas pessoas inocentes morreram sem qualquer oportunidade de defesa, tanto nos aviões utilizados para o ataque, quanto nos prédios das torres gêmeas. Todos que dependem desse “establishment” tem todos os motivos do mundo para comemorar a morte de Usāmah Bin Muhammad bin 'Awæd bin Lādin.

Se existe um povo que contribuiu na construção desse “establishment” foi o povo judeu, pois sofreu na pele as conseqüências de viver em pátria alheia durante séculos, sendo submetidos aos humores e decisões dos governos dos quais eram comensaleiros.

Há dois mil anos atrás, muito embora a realidade cultural e tecnológica eram outras, existia o Estado Romano, que dentro das devidas proporções, se assemelhavam ao Estado Americano da atualidade, pois, se a barbárie era uma regra geral, o Estado Romano já preservava determinados institutos legislativos e jurídicos que vigoram até os dias atuais, como é o caso da maioria dos institutos de direito civil.

Da mesma forma, os maiores parceiros políticos e comerciais do Estado Romano, era justamente o povo judeu, que na época viviam no mesmo pedaço de terra que vivem hoje, incluindo ai a saudosa Jerusalém.

De uma hora para outra surge um barbudo, que ao contrário do barbudo Bin Laden, ao invés de ataques terroristas, passa a disseminar ataques de idéias subversivas para a época. Em meio a uma sociedade medieval que não só admitia a escravidão, mas submissão da mulheres, apedrejamento e tantas atrocidades tidas como normais, aquele terroristas às avessas se dizia filho de Deus e ainda aconselhava as pessoas amar o próximo como a si mesmo, além de virar a face esquerda caso sofresse um ataque na direita.

As pregações de Jesus Cristo eram tão agressivas para os padrões da época que em apenas três anos passou a ser odiado por toda a gente, ao ponto de ser escolhido ao sacrifício no lugar de um ladrão e assassino. O problema é que aceitemos ou não, Jesus Cristo também colocou em risco o “establishment” da época, muito embora por motivação nobre e ética.

O ódio despertado foi de tal monta que o povo exigiu a crucificação do acusado, pena normalmente utilizada com efeito pedagógico, ou seja, servir como exemplo para que nenhum outro repita o mesmo “erro”.

Mal sabia os algozes que foi justamente a crucificação que coroou o cristianismo, a tal ponto que pouco mais de 100 anos após a crucificação, o Império Romano resolveu mudar de lado e tutelar o cristianismo através da instituição da religião católica, oficializando assim a religião estatal com suas liturgias que contribuiu ainda mais para eternizar Jesus.

A figura do homem barbudo sacrificado ficou tão estigmatizada que em meados do século XVIII, um jovem militar, sem barbas, mas com idéias igualmente revolucionárias, foi esquartejado e teve pedaços de seu corpo distribuídos nos pontos da cidade.

Como antes de ser morto ficou vários dias preso e sua barba cresceu, a figura do Tiradentes barbudo sacrificado ficou igualmente eternizada. Tiradentes da mesma forma atentou contra o “establishment” de toda a Europa, motivado pelos levantes libertários dos também colonizados norte-americanos.

Tanto a crucificação de Cristo como o esquartejamento de Tiradentes teve como pano de fundo satisfazer o anseio popular a fim de matar uma espécie de sede de justiça, mas que com o passar do tempo os tornaram mártir, pois o objetivo de ambos eram de libertar o povo de um jugo histórico vivido por força de governos autoritários, fundamentalistas e ditadores.

Já o senhor Usāmah Bin Muhammad bin 'Awæd bin Lādin foi justamente o contrário. Um verdadeiro anti herói que, utilizando-se do artifício mais covarde que a humanidade já conheceu que é o terrorismo, espalhou morte e sofrimento. Nesse sentido, foi acertada a decisão dos oficiais americanos jogarem o corpo de Bin Laden no mar, evitando assim que também virasse uma espécie de mártir, principalmente para uma facção dos mulçumanos, muito embora este fenômeno não esteja descartado.

Se a maioria da sociedade de cada época apoiou a morte de Cristo e de Tiradentes por colocar em risco seus “establishments”; muito embora fundamentados na tirania dos governos, imagine agora em que o barbudo dos tempos modernos primava em ser a antítese de tudo isso, se portando como um verdadeiro anti-cristo?

Nem quero saber se ele estava armado ou desarmado. Se foi morto por soldado americano ou por um segurança. Se teve oportunidade de defesa ou não. Aliás, que oportunidade de defesa tiveram a vítimas do WTC em 11 de setembro de 2001?

O fato é que existe um jogo de xadrez em andamento para a garantia do “establishment” mundial, sendo que as jogadas devem ser certeiras, sob pena de inviabilizar todo o tabuleiro da política econômica e jurídica vigente nos países livres e desenvolvidos. Para chegar no “checkmat”, não se deve perder nenhuma oportunidade de eliminar peões, cavalos, torres e até o rei. Que morram muitos outros Osamas Bin Laden.

sábado, 30 de abril de 2011

7) COTAS RACIAIS - CONTRA MÃO DA HISTÓRIA – Parte I

Como dito no tema 6, a contaminação socialista marxista na América Latina, e em conseqüência no Brasil, possibilitou a fermentação de várias correntes ideológicas que até hoje vagam feito zumbis, impondo teorias furadas e irreais.

O problema é quando essas teorias são implantadas por governos retrógrados, embalados em falsas premissas e confeccionando lindos pacotes como se avanço fosse. Na verdade, nada mais fazem do que percorrer um caminho em sentido inverso, numa verdadeira contra mão da história, como fundamentadamente a seguir demonstrado.

Nesse primeiro ensaio abordarei a famigerada cota racial, um verdadeiro mofo guardado em um desses pacotes enganadores imposto pelo governo federal através da Lei 10.558/2002.

Esse programa equivocado contribui para a ressurreição e reconhecimento da teoria da superioridade racial, difundida e conhecida como eugenia.

Enquanto que para os adeptos do comunismo, as teses de Darwin, serviam para desmistificar a religião e a existência de uma ordem divina, para os adeptos do nazismo elas tiveram outra aplicação.


A política de extermínio não foi um gesto tresloucado e impensado de um bando de fanáticos que ascendera ao poder na Alemanha em 1933.

A maioria dos seus agentes, médicos, cientistas, laboratoristas, pesquisadores, antropólogos, legisladores e militantes políticos, estavam firmemente convictos do seu rigor científico e dos seus benefícios para a humanidade.

Levaram à prática aquilo que há anos era defendido por pensadores de renome, por revistas científicas, e por doutores ilustres de todo o mundo.


Todas as teorias de superioridade racial, de anti-semitismo, de seleção da espécie, já encontravam-se largamente difundidas bem antes de Adolf Hitler assumir o poder.


A Antropometria e a frenologia foram consideradas ciências auxiliares para ajudar estudar as dimensões do crânio, do lóbulo das orelhas, ou da dimensão do nariz, permitindo uma verificação científica daqueles traços considerados pelos adeptos da eugenia como indicadores da inferioridade ou da degenerescência biológica.


O liberalismo e a democracia com seus institutos a favor da igualdade eram visto pelos eugenistas como formas diversas de atentar contra a lei natural.


Fundamentado na teoria de Nietzsche, os eugenistas eram totalmente hostis à democracia, cujas leis, eles, no alto de suas arrogâncias de seres superiores, rejeitavam a idéia de igualdade das multidões que o cercavam .

Nietzsche, além de desprezar a democracia, abominava o liberalismo, o feminismo e o cristianismo, vistos como manifestações de debilidade, como expressão de uma vontade majoritária de carneiros, de fracos e de covardes, enfim, dos inferiores.

Somente os fortes teriam "direito à vida", cujos critérios seriam estabelecidos, evidentemente, pelo “super-homem”. Os demais deveriam ser eliminados. Não eram dignos a ter direito à existência.

AS TEORIAS RACISTAS, GOBINEAÜ E CHAMBERLAIN


O racismo adquiriu relevância teórica com a obra de José Arthur, o Conde Gobineau - "Ensaio sobre a desigualdade da raça humana" (Essai sur Vinégalité dês roces humaines), de 1853/1855, considerada a bíblia do racismo moderno.

Afirmava ele a superioridade geral da raça branca sobre as outras, e a dos arianos, identificados como os louros de descendência germânica sobre os demais brancos.

Gobineau interpretou a história pelo prisma do conflito de raças e acreditava, por exemplo, que a Revolução francesa de 1789 foi uma vitória da raça inferior, a de origem celta-romana que ainda sobrevivia na França e que aproveitou a ocasião do assalto à Bastilha para vingar-se dos francos-germanos que, desde o século V, eram a raça dominante no país. Desde então, para Gobineau a França decaíra.


Os alemães, para Chamberlain, eram o povo mais bem dotado entre todos os europeus, estando eles bem longe, bem mais acima do restante da raça branca. A enorme acolhida que sua obra teve na época explicasse pela contemporaneidade dela com o apogeu do Império Guilhermino.

Para ele e para os historiadores racistas que o seguiam, a queda do Império de Roma deveu-se aos romanos terem-se descuidado da manutenção e preservação da sua superioridade racial. Ao se miscigenarem (mistische) com os povos vencidos, inocularem-se com sangue das raças derrotadas, o que os levou a um enfraquecimento genético e à inevitável decadência.

Uma política que almejasse o apuro racial era a consequência lógica a ser rigorosamente adotada por qualquer povo consciente da sua superioridade étnica que desejasse manter elevada a sua cultura e o seu domínio.


Freud, no texto sobre o narcisismo (1914), diz que esse posicionamento de diferenciar raça é parafrenia, ou seja, uma psicose. Hitler foi o maior paradigma do parafrênico. Era um frenético, assim como seus fãs.

Se a raça é, ou parece ser uma característica compartilhada por múltiplas gerações de um mesmo povo, por que não atribuir a este fator o sucesso ou fracasso deste povo na história?

Esta diferenciação aplicou-se, sobretudo, a brancos e negros, os primeiros apresentados como senhores da civilização, os segundos como bárbaros primitivos, mas uma superioridade racial foi também apontada em relação a amarelos e índios, bem como judeus, mouros, ciganos, latinos e eslavos. Até o primeiro quarto do século XX essa era a idéia dominante e crença do cidadão comum.

Expressar esta opinião era, então, ser moderno, "científico" e avesso a crenças supersticiosas (antes dessa época os europeus costumavam fundamentar sua superioridade em razões místicas, como afirmar que os índios "não tinham alma", ou que, sendo cristãos, teriam sido "escolhidos por Deus").

Entretanto, jamais se provou cientificamente a superioridade de uma raça sobre a outra, e o próprio conceito de raça é posto em dúvida por alguns cientistas (todos os humanos pertencem à mesma espécie, e os caracteres raciais são secundários).

O trauma que se seguiu ao nazismo e ao massacre de populações inteiras na segunda guerra contribuiu para anatematizar de vez a pseudociência da eugenia, que não desapareceu em definitivo mas tornou-se terreno de charlatões.

Um outro fato também desmente esta teoria: os países que hoje se incluem no grupo dos ricos já foram, alguns séculos atrás, lugares acanhados e periféricos. A Europa de 600 anos atrás, por exemplo, era inferior econômica e culturalmente ao mundo árabe e à China.

Se existisse uma superioridade racial, ela deveria ter se manifestado durante toda a história, pois em tese, a raça não muda com o tempo.

Contrário a tudo isso aqui no Brasil, somos uma sociedade globalizada, permitindo assim uma nação ideal, sem segregações, justamente por sermos um povo miscigenado.


A admissão das cotas raciais nada mais é que admitir tacitamente toda essa loucura disseminada nos séculos XIX e XX ao afirmar na entrelinhas que afrodescendentes como o Pelé ou como Ronaldo o fenômeno, assim como os índios, são inferiores e necessitam de uma bengala para se apoiarem a fim de alcançar a desejada “igualdade” com as demais raças.

Diante e tudo isso não posso comungar com esse pensamento, mesmo que pareça ser politicamente incorreto para alguns desavisados.

sábado, 9 de abril de 2011

6) CAPITALISMO LIBERAL X SOCIALISMO MARXISTA



O maior obstáculo no campo dos debates das idéias é a desonestidade argumentativa, ou seja, a utilização de subterfúgios em forma de sofismas, diante de evidências exaustivamente comprovadas. Os campeões em utilizar desse subterfúgio são os socialistas marxistas.

A própria necessidade em ter que rotular essa turma de “socialista marxista” é fruto desse fenômeno. Na década de 70 bastaria dizer socialistas ou mesmo comunistas, pois naquela época eles adoravam essa rotulação.

Com a queda do muro de Berlim e o fracasso de todas as nações comunistas, os ditos intelectuais de esquerda se recusaram em admitir a supremacia do capitalismo sobre o dito socialismo. Daí, no alto de suas arrogâncias, criaram subterfúgios através de novas nomenclaturas com explicações enfadonhas.


Desmoralizados, marxistas de carteirinha, começaram a se auto intitular de sociais democratas, socialismo alternativo, moderado ou qualquer coisa do gênero. Foi justamente com esse papo furado que o senhor Hugo Rafael Chávez Frías tomou o poder na Venezuela. Uma vez no poder pulsou nas suas veias o bichinho marxista, perseguindo instituições e subjugando o povo, pois, sistema tão furado e irreal, somente pode vigorar por imposição e jamais por consenso.

Essa desconstrução da lógica foi tão sistematizada na nossa querida América Latina que até os representantes dos partidos liberais brasileiros caíram no canto da sereia. O Partido Liberal se intitulou Republicano e o Partido da Frente Liberal se intitulou Democratas, em referencia justamente aos dois principais partidos americanos. O fato é que os representantes desses dois partidos quiseram tirar o nome liberal de suas nomenclaturas, como se liberalismo fosse condição depreciativa.

A verdade é que infelizmente os liberais brasileiros não estão representados nos partidos políticos, justamente porque os dirigentes dos dois únicos partidos que representava o movimento nunca tiveram nada de liberal.

O liberalismo de fato não combina com oligarquias como a do senador José Sarney e do ex vice presidente José de Alencar. Não combina com o enriquecimento questionável de Paulo Maluf e nem com os cartórios de Antonio Carlos Magalhães. O liberalismo não combina com privilégios, com monopólios, com protecionismos. Não é à toa que essa turma se entrosou tanto com o marxista José Dirceu, haja vista que o “modus operandi” de um é igual ao do outro.

Os liberais de verdade estão atrás da maioria das pequenas e médias empresas. Aquelas que se não fizerem seus deveres empresarias quebram no mesmo dia. É o dono da padaria que trabalha de 12 a 16 horas por dia. O dono do pequeno mercado. O profissional liberal que se não trabalhar não come. Estes, quando entram na política, muitas vezes entram em partidos cujas estruturas estão firmadas em base protecionista, distante de suas realidades.

Por esse motivo, as estruturas de poder no Brasil são todas contaminadas, pelas dezenas das falsas premissas implantadas pelos socialistas, refletindo em ações formuladas tanto pelo Poder Executivo, como pelos outros dois Poderes, o Legislativo e o Judiciário.

O resultado de tudo isso é conviver com tantos equívocos governamentais, legislativos e jurisdicionais, como são as regras de execução do programa Bolsa Família, das ditas cotas raciais, de legislações bisonhas como é o caso da Lei da homofobia e das regras protecionistas impostas no Estatuto da Criança e do Adolescente, resultando consequentemente, em decisões judiciais distantes da realidade do homem médio.

Contra tudo isso estão os fatos com sua lógica implacável, colocando todo deslumbramento humano por terra. Talvez seja que por esse motivo que as democracias liberais capitalistas permitem o proselitismo socialista e comunista e as ditaduras comunistas socialistas não permitem qualquer proselitismo capitalista e liberal. A primeira se sobrepõe devido as premissas racionais que a sustenta, em detrimento do deslumbramento ideológico da segunda.

O maior exemplo dessa assertiva são os famosos espaços alternativos, normalmente incorporados naqueles bares, cujo público é diversificado em minorias culturais, sexuais e de costume. Trocando em miúdos, aqueles bares GLS, normalmente freqüentados por artistas, intelectuais, emos, roqueiros, poetas, etc.

Na sua grande maioria, normalmente, essas tribos são contra o famoso “sistema neoliberal”, porém adoram freqüentar esses espaços comerciais só encontrados em grandes metrópoles capitalistas.

Os mesmos “bichos grilos” que viessem a visitar as extintas União Soviética e Alemanha Oriental jamais encontrariam os tais espaços alternativos, pelo simples fato de ser proibido qualquer manifestação de rebeldia. Essa realidade é presente também na Coréia do Norte, na China e em Cuba.


E por falar na Alemanha, não existiu melhor laboratório experimental dos dois sistemas do que o demonstrado no milenar país germânico. Berço da cultura mundial e por ironia a terra do próprio Karl Marx, mas também de Wolfgang Amadeus Mozart, Franz Kafka, Friedrich Nietzsche, Arthur Schopenhauer, Emmanuel Kant, Georg Hegel, Johann Sebastian Bach, Georg Friedrich Händel e Ludwig van Beethoven, só para ficar nesses exemplos.


Dividiu-se no meio, sendo que o lado ocidental adotou o liberalismo/capitalismo americano e o lado oriental adotou o combativo socialismo/comunismo soviético. O mesmo povo (homogêneo diga-se de passagem) a mesma língua e a mesma cultura.


Em menos de quatro décadas, o lado comunista apodreceu e o lado capitalista prosperou. E prosperou a tal ponto de ter forças para salvar o lado doente. Trata-se da famosa realidade nua e crua e que muitos deslumbrados teimam em ignorar.

Eu não ignoro e por isso compartilho.