O livro aborda temas
complexos, dentre eles o de elevar a raça humana para além do medo e em conseqüência,
contrapor a grande promessa do TER descrita num tripé de Produção ilimitada;
Liberdade absoluta; Felicidade Irrestrita.
Uma realidade, por
exemplo, abordada por Arthur Koestler é o fato das pessoas preferirem a
catástrofe futura ao sacrifício que teriam que fazer agora.
Quando ERICH FROMM expôs sobre a importância da Diferença entre TER
e SER, sobrevoou sobre a experiência cotidiana, no Velho e no Novo Testamento. Fixa ainda os escritos de Eckhart (1260-1327)
o qual o Autor se refere como “Mestre”
Eckhart defendia que a
liberdade plena é esvaziar-se a tal ponto de desapegar-se do próprio
conhecimento, “livre de ansiar por agarrar-se a coisas e ao próprio eu”.
Nas palavras de Blakney o
autor diz: “..homem ativo, vivo é como um
vaso que aumenta à medida que se enche e que nunca está cheio”
Critica veementemente o
conceito de TER, alegando transitoriedade do objeto. Diz o Autor: “Falar da posse de alguma coisa
permanentemente é confiar na ilusão de uma substância permanente e
indestrutível.” Nisso ele inclui o próprio homem.
Alega ainda que todos os
padrões sociais de nossos dias foram moldados sob a essência do TER, com
processo de doutrinação, recompensas e punições. Quanto à sexualidade diz que o desejo sexual
é uma expressão de independência e sua condenação faz as pessoas sentirem-se
culpadas e em conseqüência submissas. Esse fenômeno faz com que fiquemos
“socialmente adaptados” fazendo que nossas motivações, idéias e crenças passem
ser falsas e tendenciosas insensatas e preconceituosas.
Sob esse contexto, o
processo de pensar cria fenômenos de resistência quando a dolorosa verdade
ameaça vir à superfície, fazendo que grande parte de nossa energia passe a
ocultar de nós mesmos o que sabemos.
Resume assim:
“...o ato sexual não é necessariamente um gozo compartilhado; os parceiros
são frequentemente tão narcisistas, egoístas e possessivos que se pode falar
apenas de prazer simultâneo, mas não de gozo compartilhado.”
No modo TER diz o autor “a felicidade consiste na superioridade sobre
os outros”. No modo SER é “amar,
participar, dar”
Traça a personalidade do
sovina que coloca toda sua energia no sentido de adquirir, poupar e acumular
dinheiro e coisas e em geral. Esse tipo de comportamento está associado a
outros traços como meticulosidade, pontualidade e inflexibilidade. No que tange
a avidez alega que a pessoa ávida jamais tem o bastante para satisfazê-lo. Isso
serve, segundo o Autor, para o avarento, o ambicioso e o mulherengo.
Ao tratar do ascetismo e
da igualdade, escreve que aqueles que se preocupam com a igualdade, no sentido
que a parcela de cada um seja exatamente igual a do outro, demonstram que sua
tendência a TER é mais forte, uma vez que, por trás dessa preocupação a real
motivação é a inveja. “Quem exige que
ninguém tenha mais que ele próprio, está desse modo se protegendo da inveja que
sentiria se outro tivesse mesmo um mínimo a mais.”
Alega que as pessoas são
basicamente preguiçosas, passivas por natureza e que não trabalham com prazer -
muito pelo contrário - são movidos pelo medo da fome ou do castigo.
Ao abordar sobre a vontade
de dar, participar e sacrificar-se, o Autor sugere que o objetivo de ajudar e
sacrificar-se é meramente fingido por muitos. Um exemplo clássico são os grupos
revolucionários que esperam salvar o mundo mediante atos de terror e
destruição, não percebendo que estão apenas contribuindo para a tendência geral
de violência e desumanidade.
Resume que o
auto-sacrifício é frequentemente a solução para indivíduos que ardentemente
desejam amar, mas que perderam esse dom e vêm no sacrifício de suas vidas uma
compensação. Que os seres humanos
receiam mais ser marginalizados que morrer.
Que todo passo novo traz
em si o risco ao fracasso e esta é uma das razões pelas quais tanto se teme a
liberdade.
O Autor ambiciona um novo
homem e uma nova sociedade
O primeiro grande trabalho
hercúleo está em enfrentar o modelo dominante da religião, cuja atribuição é
mais de manter a disciplina das massas do que salvar suas almas. Que
normalmente o sistema religioso não corresponde ao caráter social vigente e
entra em conflito com a prática da vida social, tornando-se mera ideologia.
Segundo o Autor “isso pode explicar por que tantos farsantes
podem ser bem sucedidos nos domínios espirituais e religiosos.”
Em seguida questiona o
caráter mercantil da sociedade, impondo que “o mercado deseja que eu seja”. Fala do “caráter mercantil” como “caráter
alienado” ou “caráter esquizóide”
Finaliza o livro impondo
inúmeras regras a serem seguidas a fim de alcançar a tão sonhada sociedade
ideal.
Exemplos: Como solucionar
o problema da produção de escala e descentralização do mercado? Acabar com a
meta de crescimento ilimitado sem o perigo do colapso econômico e ambiental?
Fazer que o trabalho não se paute na compensação monetária mas psíquicas e
afetivas? Estimular o progresso científico sem por em perigo a espécie humana?
Como proporcionar segurança aos indivíduos sem torná-los dependentes?
As respostas sugeridas
pelo Autor são tão difíceis como as perguntas.
Fala em proibição de
métodos de lavagem cerebral na publicidade industrial e política. Que deve ser
desfeita a distância entre nações ricas e pobres. Sugere uma renda anual para
os desafortunados, sob o argumento de que todos os seres humanos têm direito
incondicional de alimentar-se e
abrigar-se. Diz o Autor “É um direito que
garantimos aos nossos animais de estimação, mas não reconhecemos aos nossos
semelhantes”. Sustenta que tal medida garantiria verdadeira liberdade e
independência.
(O ATUAL PROGRAMA DE BOLSA
FAMÍLIA INSTITUÍDO NO BRASIL, COLOCA EM XEQUE ESSA ASSERTIVA DE LIBERDADE E
INDEPENDÊNCIA)
Prega ainda para alcançar
a sonhada sociedade ideal, seja também garantido às mulheres a liberação do
domínio patriarcal. Idealiza um tal Supremo Conselho Cultural encarregado de
aconselhar o governo, os políticos e os cidadãos em todas as questões em que o
conhecimento seja necessário. Nesse tópico o
Autor viaja numa atmosfera utópica comum nesse tipo de proposta,
chegando a sugerir uma fórmula mágica na
constituição de tal conselho, que segundo ele, representado pela “nata intelectual e artísticas do país” e
sugere “homens e mulheres cuja
integridade esteja fora de dúvida”. (COMO SE ISSO FOSSE POSSÍVEL)
Reporta sobre um sistema
eficaz de divulgação de informação fazendo referencia a realidade da informação
de massa da década de 1970 pondo a grande mídia como vilã do status quo.
Defende que a pesquisa
científica deve ser separada da aplicação na indústria e na defesa.
Após traçar essas idéias prá
lá de teóricas, afirma que “embora todas
as sugestões feitas nas páginas precedentes sejam difíceis de se concretizar,
essas dificuldades se tornarão quase insuperáveis com o acréscimo de outra
condição necessária para a nova sociedade: o desarmamento atômico.” (REGISTRA-SE
QUE ESSA VISÃO ERA TÍPICA DA DÉCADA DE 70 NO AUGE DA GUERRA FRIA)
Conclui o livro
questionando num último tópico se “A Nova
Sociedade: Haverá uma Probabilidade Razoável?”
Para tentar responder essa
pergunta traça argumentações dramáticas, se apoiando a termos apocalípticos
como salvação quando afirma que “a vida
nem é um jogo de azar nem um negócio financeiro, e devemos procurar outros
ângulos para uma apreciação das reais possibilidades de salvação.”
Imprime uma visão
romântica sobre o Oriente quando afirma: “em
bases puramente econômicas tornam-se necessárias uma nova ética, uma nova
atitude para com a natureza, solidariedade humana e cooperação se o mundo
ocidental não quiser ser apagado.” (PROVAVELMENTE QUANDO O AUTOR ESCREVEU
ESSA OBRA, NEM SONHAVA NA CHINA ATUAL, PASSANDO POR CIMA DE TODOS OS CONCEITOS
SOCIALISTAS/COMUNISTAS E APLICANDO O CAPITALISMO PRIMITIVO DE FORMA RADICAL)
Conclui
em defender o crescimento dos partidos sociais democratas que devem conquistar
os votos da classe média mundial (FATO JÁ CONSUMADO NAS DEMOCRACIAS VIGENTES 40
ANOS APÓS A PUBLICAÇÃO DO LIVRO), defendendo como síntese a criação da Cidade
do Ser no lugar da Cidade Terrena do Progresso que foi antítese da antiga
Cidade de Deus nos períodos medievais.
COMENTÁRIOS
Trata-se de uma obra rica
de conhecimento filosófico, trazendo citações e até tratados e romances que
marcam de séculos e até milênios. Com mais de 100 referências bibliográficas
demonstra o cabedal de conhecimento de ERICH FROMM que além desta obra editada
em 1976 já havia escrito mais de 20 (vinte) obras, dentre elas:
(Análise do Homem); (Anatomia
da Destrutividade Humana); (Caráter
Social de uma Aldeia); (Conceito Marxista do Homem); (O Coração do Homem); (A
Crise da Psicanálise); (O Dogma de Cristo); (O Espírito de Liberdade); (Grandeza
e Limitações do Pensamento de Freud); (A Linguagem Esquecida); (O Medo à
Liberdade); (Meu Encontro com Marx e Freud); (A Missão de Freud); (Psicanálise
da Sociedade Contemporânea); (A Revolução da Esperança); (A Sobrevivência da
Humanidade); (A Arte de Amar); (Vós Sereis como Deuses); (O Homem por Si Mesmo);
(Sexo e Caráter); (Psicanálise e Religião); (Humanismo Socialista e A Sociedade
Sã).
Logo no prefácio o Autor faz
menção a dois livros dos acima citados: “Psicanálise da Sociedade Contemporânea”
e “A Revolução da Esperança”. A primeira
obra, escrita em 1955, segundo o Autor trata de uma dramática evidência de que
nas democracias do século XX, a vida constitui, em muitos aspectos, em uma fuga
à liberdade. Reporta ao mesmo livro nas páginas 178 e 184 ao sugerir a
democracia participativa com criação de milhares de grupos instituído em média
por 500 pessoas cada, com organismos de deliberação e decisão e para abordar o
tema da renda anual garantida conforme já descrito acima.
Já no livro “A Revolução
da Esperança” o Autor foca sobre uma tal tecnologia que sirva toda a humanidade, e não apenas
para aumentar a riqueza e o poder de nações já ricas e poderosas. Faz
referencia deste livro ainda na página 163 quando traça medidas radicais
sugeridas num trabalho de dois autores norte americanos que serão abordados
mais a frente.
Na página 61 do livro o
Autor faz referencia ao termo “cair de amor” quando se refere o amar no sentido
TER, fomentando uma contradição a uma atividade criativa que só pode ser
admitida no modo SER (estar amando), sob contexto abstrato e não concreto. Ao
abordar esse tema, o Autor faz referencia a outra obra sua bastante conhecida: “A
Arte de Amar”, publicada no Brasil pela Zahar Editores.
Na página seguinte (62) o
Autor faz referência a outra obra: “Anatomia da Destrutividade Humana” cuja
abordagem é uma exegese radical das obscuras forças que levam o ser humano a
assumir a condição demoníaca de animal. É que ao concluir seu esboço sobre o
AMOR o autor faz referência aos defensores de casamento grupal, troca de
cônjuges, sexo grupal, como pessoas com dificuldades em amar pela vontade de
TER mais “amantes” do que amar uma só pessoa. Ao recomendar a leitura do livro
“Anatomia da Destrutividade Humana”, o Autor faz referência sobre análise e
distinção entre estímulos “ativadores” e “passivadores” descritos no Capitulo
10 daquela Obra.
No mesmo diapasão, na página
84 ao se referir novamente aos estímulos acima nominados, ele explica: “Quanto mais um estímulo for apassivante,
mais frequentemente deverá ser mudada a intensidade e/ou a espécie; quanto mais
ativante for, por mais tempo reterá sua qualidade estimulante e menos necessária sua mudança de intensidade
e conteúdo.”
Ao citar uma experiência
publicada por D. O. Hebb às páginas 107 e 108, o Autor volta a citar essa sua
Obra, haja vista ter abordado também tais objetos de estudo.
O citado estudo de Hebb
abordou dados sobre a conduta animal dando conta que muitas espécies
desempenham tarefas penosas com prazer, mesmo sem recompensas materiais. Que
existem atividade inerente às células nervosas. Quanto à necessidade de
crianças pequenas reagirem a complicados estímulos, denominando isso como
“Conduta infantil”. No que tange ao aprendizado, Hebb conclui que muitos
estudos demonstram que a criança e o adolescente são indolentes porque o
material de aprendizado lhes é apresentado de modo árido e inerte, incapaz de suscitar
verdadeiro interesse. Afastada a pressão e a monotonia, e apresentando-se o
material de modo vivo, mobilizam-se notável atividade e iniciativa. Fenômeno
parecido quando abordado a conduta no trabalho, dando conta que os
trabalhadores de desinteressados passam a mostrar notável grau de criatividade,
atividade, imaginação e satisfação.
Ao tratar da sonhada
sociedade ideal, fala da liberação das mulheres do domínio patriarcal, como já
dito alhures. Essa problemática está descrita na página 186 e o Autor faz
novamente registro sobre o livro “Anatomia da Destrutividade Humana”, dando
conta que estudou nesta obra o primitivo “matriarcado”.
Nas páginas 66 e 106 o
Autor faz referência ao livro “A Linguagem Esquecida”, uma introdução ao
entendimento da linguagem simbólica, sonhos, contos de fada e mitos. Referiu-se
a essa obra ao abordar o ritual do Sábado na cultura judaica durante a Era
Messiânica. Num outro momento citou a Obra ao referir-se ao sonho.
Neste mesmo conceito foi
citado também na página 66 o livro “Vós Sereis como Deuses”. Nesta mesma obra o Autor faz profunda análise
sobre os cinqüenta Salmos no Velho Testamento, tidos como um verdadeiro “hino
de alegria”, além de traçar conceitos sobre pecado e arrependimento, conforme
observações nas páginas 122 e 128.
Na página 68 faz
referência ao livro “O Dogma de Cristo” ao referir-se aos primitivos cristãos
que eram pobres e desprezados socialmente.
O referido livro aborda problemas religiosos, psicológicos e culturais
vistos sob o ângulo psicanalítico e socioeconômico.
Na página 95 faz citação
sobre o conflito entre o TER e o SER observado sob o foco existencial e
caracteriológico, observando que faz análise mais profunda no livro “O Homem
por Si Mesmo”
Nas páginas 99, 114 e 135
é citado o livro “O Medo à Liberdade” Na
página 99 ao abordar a atividade
não-alienada, a qual o Autor denomina também de atividade produtiva e atividade
espontânea. Ao tratar da segurança e
insegurança na página 114 o Autor também cita a obra ao abordar o tempo à liberdade quando estamos
diante ao novo e do eminente risco de fracasso.
Ao tratar da Religião, do Caráter e da Sociedade na página 135 o Autor
faz referência ao caráter social acarreta mudança social, sendo que os impulsos
religiosos contribuem com a energia necessária para motivar homens e mulheres,
haja vista “uma nova sociedade só pode
ser ensejada se profunda transformação ocorrer no coração humano”, ou seja,
“se um novo objeto de devoção tomar o
lugar do atualmente existente.” Este livro foi escrito em 1941 e fala da estrutura do
caráter do homem contemporâneo em seu aspecto decisivo para a crise do dia a
dia. Fala ainda do significado da Liberdade. Em 1950 o Autor escreveu o
livro “Psicanálise e Religião” e também
abordou o tema da transformação do homem.
Em 1943 o Autor fez um
ensaio intitulado “Sexo e Caráter”. Fez
menção a esse ensaio na página 120 ao abordar o comportamento masculino diante
o pênis. Palavras do Autor: “A ereção do
pênis é totalmente funcional. O macho não tem ereção como uma propriedade ou
qualidade permanente. O pênis é um estado de ereção, enquanto o homem está
excitado, na medida em que deseje a pessoa que suscitou sua excitação. Se por
alguma razão algo interfere nesta excitação, o homem nada tem. É um contraste
com praticamente todas as demais espécies de comportamento, a ereção não pode
ser fingida. George Groddek, um dos psicanalistas mais notáveis, embora
relativamente pouco conhecido, costumava comentar que o homem, afinal de
contas, só é homem por uns poucos minutos; na maior parte do tempo é um menino.”
Ao escrever sobre o
caráter mercantil do homem nas páginas 146 e 147, o Autor fez menção ao livro
“A Análise do Homem” que aborda a inquietação e perplexidade do homem moderno e
o sentimento de futilidade que o domina diante de suas realizações e
conquistas. Palavras do Autor: “O caráter
autoritário-obsessivo-acumulativo que começou a revelar-se no século XVI, e que
continuou sendo estrutura de caráter dominante pelo menos nas classes médias
até fins do século XIX, misturou-se lentamente com o caráter mercantil ou
acabou sendo substituído por este.”
Ao explicar as idéias de
Marx na página 155, o Autor faz referência ao livro “O Conceito Marxista do
Homem” que contem os manuscritos econômicos e filosóficos de Marx e uma análise da filosofia marxista como um
protesto contra a alienação do homem. O Autor faz questão de destacar um trecho
daquele livro, como sendo escritas pelo economista e filósofo alemão, senão vejamos:
“A propriedade privada nos faz tão
obtusos e tendenciosos que um objeto só é nosso quando o possuímos, quando
existe para nós como capital, ou quando é imediatamente comido, bebido,
vestido, habitado, etc., em suma, utilizado de algum modo. ... Assim, todos os
sentidos físicos e intelectuais foram substituídos pela simples alienação de
todos esses sentidos; o sentido de ter. O ser humano teve que reduzir-se à sua
absoluta indigência para ser capaz de dar surgimento a sua riqueza íntima.”
Ainda preso no conceito
socialista/marxista, tão em moda nos idos de 1976, o Autor destaca outra obra
sua na página 158 denominado “Humanismo Socialista” ao destacar seis pontos que
refletem o pensamento dos humanistas radicais pós-marxistas, a saber:
- que a produção deve
atender às reais necessidades do povo, e não às exigências do sistema
econômico;
- que deve ser
estabelecida uma nova relação entre as pessoas e a natureza, que seja de
cooperação e não de exploração;
- que o antagonismo mútuo
deve ser substituído pela solidariedade;
- que o objetivo de todas
as organizações sociais deve ser o bem estar humano e evitação do contrário;
- que se deve empenhar não
para o máximo consumo, mas pelo consumo adequado que favoreça ao bem estar;
- que o individuo deve ser
ativo participante da vida social, e não um participante passivo.
Registro que a maioria
desses chamados humanistas radicais viveram no final do século XVIII até meados
do século XIX. Mal sabiam eles, assim como Marx não sabia, que quem mais
proporciona o ideal humanista, é justamente o capitalismo. Nada é mais
socialista que a previdência social e pelo que consta os melhores planos de
aposentadorias se encontram nos melhores países liberais e capitalistas. Fato
idêntico com o regime de cooperativas, assim como as melhores legislações e
ações ambientais. Isso necessitava ser dito.
Ainda debatendo sobre essa
questão ambiental e populacional, tão em voga hoje em dia, o Autor elenca seis
conclusões dos autores norte americanos Paul Ehrlich e Anne Ehrlich, o qual
fizemos referencia acima quando comentamos o livro “A Revolução da Esperança”
citado na página 163. Eis as seis sugestões do trabalho:
-1-
Considerando a atual tecnologia e os atuais padrões de comportamento , nosso
planeta acha-se imensamente super-povoado (COMO O LIVRO FOI
ESCRITO EM 1976, ESSE TRABALHO DATA ANTES DISSO. EM 1975 A POPULAÇÃO ERA 4
BILHÕES. HOJE É QUASE O DOBRO)
-2-
O grande número absoluto de pessoas e o índice de crescimento demográfico são
os principais obstáculos à solução dos problemas humanos. (REPORTO
AO MESMO COMENTÁRIO ANTERIOR)
-3-
Os limites da capacidade humana de produzir alimento pelos meios convencionais
quase foi atingido. Os problemas de abastecimento e distribuição já resultaram
em metade da população mundial subnutrida e inadequadamente alimentada.
Atualmente (antes de 1976 portanto), de 10 a 12 milhões de pessoas estão
morrendo de fome anualmente. (SEGUNDO O SITE “TERRE
HUMAINE” ATUALMENTE MORREM-SE 8 MILHÕES DE PESSOAS POR ANO. CONSIDERANDO QUE A
POPULAÇÃO DOBROU, HOUVE UMA QUEDA REAL DE 67%) http://bmail.uol.com.br/main
-4-
As tentativas de aumentar a produção de alimento tenderão a acelerar a
deterioração do nosso meio ambiente, o que, por sua vez, irá reduzir de fato a
capacidade da terra de produzir alimento. Não é claro se a decadência do meio
ambiente já chegou ao ponto de ser irreversível; é possível que a capacidade do
planeta de sustentar a vida humana tenha sido prejudicada de modo permanente.
As maiores causas da deterioração do meio ambiente são os “sucessos”
tecnológicos como automóveis, pesticidas e fertilizantes nitrogenados
inorgânicos.
-5-
Há razão para acreditar que o aumento de população aumente a probabilidade de
uma praga mortal de âmbito planetário e de uma guerra termonuclear. Uma ou
outra pode ocasionar um indesejável “índice de mortalidade”para a solução do
problema demográfico; cada qual é potencialmente capaz de destruir a civilização
e mesmo levar à extinção do Homo sapiens.
-6-
Não existem qualquer panacéia para o complexo de problemas que confluem na
crise população-alimento-meio ambiente, embora uma tecnologia adequadamente
aplicada em domínios tais como combate à poluição, comunicações e controle da
fertilidade possa ser de inestimável ajuda. As soluções básicas implicam
mudanças consideráveis e rápidas nas atitudes humanas, sobretudo nas
relacionadas com a conduta reprodutiva, crescimento econômico, tecnologia, meio
ambiente, e resolução de conflito.
Sobre os tópicos 4, 5 e 6
destaco alguns pontos: Note-se que a cabeça dos Autores estão “contaminadas”
com o fantasma da “guerra fria” tão presente naquela época, quando se referem a
tal “guerra termonuclear” o que hoje certamente seria substituído por “efeito
estufa”. Sobre as demais previsões e assertivas trago à lume o que escrevi em fevereiro
de 2010 “EUA x AQUECIMENTO GLOBAL”
O Autor escreveu ainda
sobre “O Caráter Social de uma Aldeia”, um estudo sociopsicanalítico do caráter
social do camponês, as interações entre suas atitudes emocionais e condição
socioeconômicas. Escreveu sobre “O Coração do Homem” que trata da liberdade de
escolher entre o bem e o mal, entre o amor e o ódio, entre a vida e a morte e o
uso que o homem faz da sua liberdade. Escreveu “A Crise da Psicanálise”
colocando a psicanálise e a psicologia social dentro da crise vertical do mundo
moderno. Escreveu sobre “O Espírito de Liberdade” traçando uma revisão dos
conceitos bíblicos à luz de sua validade ou não para o homem de hoje. Escreveu
sobre “A Grandeza e Limitações do Pensamento de Freud”, descrevendo as mais importantes
descobertas
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ResponderExcluirComo não posso falar sobre o livro uma vez que não o li, vou falar sobre o tema. Acho que está havendo um exagero nessa atual aversão pelo ter (aversão só aparente e só de discurso, diga-se de passagem), pode-se ter e essas posses serem enriquecedoras no sentido não financeiro do termo. Traduzindo: Pode o ter enriquecer o ser, e nesse ter, o ser pode não considerar o possuído como posse perene. Enfim, tenho coisas (são posses!) que são minhas e (acho) que me enriquecem como ser, o exemplo mais acabado disso são meus livros... como provavelmente é o caso desse que você TEM.
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