Como dito no tema 6, a contaminação socialista marxista na América Latina, e em conseqüência no Brasil, possibilitou a fermentação de várias correntes ideológicas que até hoje vagam feito zumbis, impondo teorias furadas e irreais.
O problema é quando essas teorias são implantadas por governos retrógrados, embalados em falsas premissas e confeccionando lindos pacotes como se avanço fosse. Na verdade, nada mais fazem do que percorrer um caminho em sentido inverso, numa verdadeira contra mão da história, como fundamentadamente a seguir demonstrado.
Nesse primeiro ensaio abordarei a famigerada cota racial, um verdadeiro mofo guardado em um desses pacotes enganadores imposto pelo governo federal através da Lei 10.558/2002.
Esse programa equivocado contribui para a ressurreição e reconhecimento da teoria da superioridade racial, difundida e conhecida como eugenia.
Enquanto que para os adeptos do comunismo, as teses de Darwin, serviam para desmistificar a religião e a existência de uma ordem divina, para os adeptos do nazismo elas tiveram outra aplicação.
A política de extermínio não foi um gesto tresloucado e impensado de um bando de fanáticos que ascendera ao poder na Alemanha em 1933.
A maioria dos seus agentes, médicos, cientistas, laboratoristas, pesquisadores, antropólogos, legisladores e militantes políticos, estavam firmemente convictos do seu rigor científico e dos seus benefícios para a humanidade.
Levaram à prática aquilo que há anos era defendido por pensadores de renome, por revistas científicas, e por doutores ilustres de todo o mundo.
Todas as teorias de superioridade racial, de anti-semitismo, de seleção da espécie, já encontravam-se largamente difundidas bem antes de Adolf Hitler assumir o poder.
A Antropometria e a frenologia foram consideradas ciências auxiliares para ajudar estudar as dimensões do crânio, do lóbulo das orelhas, ou da dimensão do nariz, permitindo uma verificação científica daqueles traços considerados pelos adeptos da eugenia como indicadores da inferioridade ou da degenerescência biológica.
O liberalismo e a democracia com seus institutos a favor da igualdade eram visto pelos eugenistas como formas diversas de atentar contra a lei natural.
Fundamentado na teoria de Nietzsche, os eugenistas eram totalmente hostis à democracia, cujas leis, eles, no alto de suas arrogâncias de seres superiores, rejeitavam a idéia de igualdade das multidões que o cercavam .
Nietzsche, além de desprezar a democracia, abominava o liberalismo, o feminismo e o cristianismo, vistos como manifestações de debilidade, como expressão de uma vontade majoritária de carneiros, de fracos e de covardes, enfim, dos inferiores.
Somente os fortes teriam "direito à vida", cujos critérios seriam estabelecidos, evidentemente, pelo “super-homem”. Os demais deveriam ser eliminados. Não eram dignos a ter direito à existência.
AS TEORIAS RACISTAS, GOBINEAÜ E CHAMBERLAIN
O racismo adquiriu relevância teórica com a obra de José Arthur, o Conde Gobineau - "Ensaio sobre a desigualdade da raça humana" (Essai sur Vinégalité dês roces humaines), de 1853/1855, considerada a bíblia do racismo moderno.
Afirmava ele a superioridade geral da raça branca sobre as outras, e a dos arianos, identificados como os louros de descendência germânica sobre os demais brancos.
Gobineau interpretou a história pelo prisma do conflito de raças e acreditava, por exemplo, que a Revolução francesa de 1789 foi uma vitória da raça inferior, a de origem celta-romana que ainda sobrevivia na França e que aproveitou a ocasião do assalto à Bastilha para vingar-se dos francos-germanos que, desde o século V, eram a raça dominante no país. Desde então, para Gobineau a França decaíra.
Os alemães, para Chamberlain, eram o povo mais bem dotado entre todos os europeus, estando eles bem longe, bem mais acima do restante da raça branca. A enorme acolhida que sua obra teve na época explicasse pela contemporaneidade dela com o apogeu do Império Guilhermino.
Para ele e para os historiadores racistas que o seguiam, a queda do Império de Roma deveu-se aos romanos terem-se descuidado da manutenção e preservação da sua superioridade racial. Ao se miscigenarem (mistische) com os povos vencidos, inocularem-se com sangue das raças derrotadas, o que os levou a um enfraquecimento genético e à inevitável decadência.
Uma política que almejasse o apuro racial era a consequência lógica a ser rigorosamente adotada por qualquer povo consciente da sua superioridade étnica que desejasse manter elevada a sua cultura e o seu domínio.
Freud, no texto sobre o narcisismo (1914), diz que esse posicionamento de diferenciar raça é parafrenia, ou seja, uma psicose. Hitler foi o maior paradigma do parafrênico. Era um frenético, assim como seus fãs.
Se a raça é, ou parece ser uma característica compartilhada por múltiplas gerações de um mesmo povo, por que não atribuir a este fator o sucesso ou fracasso deste povo na história?
Esta diferenciação aplicou-se, sobretudo, a brancos e negros, os primeiros apresentados como senhores da civilização, os segundos como bárbaros primitivos, mas uma superioridade racial foi também apontada em relação a amarelos e índios, bem como judeus, mouros, ciganos, latinos e eslavos. Até o primeiro quarto do século XX essa era a idéia dominante e crença do cidadão comum.
Expressar esta opinião era, então, ser moderno, "científico" e avesso a crenças supersticiosas (antes dessa época os europeus costumavam fundamentar sua superioridade em razões místicas, como afirmar que os índios "não tinham alma", ou que, sendo cristãos, teriam sido "escolhidos por Deus").
Entretanto, jamais se provou cientificamente a superioridade de uma raça sobre a outra, e o próprio conceito de raça é posto em dúvida por alguns cientistas (todos os humanos pertencem à mesma espécie, e os caracteres raciais são secundários).
O trauma que se seguiu ao nazismo e ao massacre de populações inteiras na segunda guerra contribuiu para anatematizar de vez a pseudociência da eugenia, que não desapareceu em definitivo mas tornou-se terreno de charlatões.
Um outro fato também desmente esta teoria: os países que hoje se incluem no grupo dos ricos já foram, alguns séculos atrás, lugares acanhados e periféricos. A Europa de 600 anos atrás, por exemplo, era inferior econômica e culturalmente ao mundo árabe e à China.
Se existisse uma superioridade racial, ela deveria ter se manifestado durante toda a história, pois em tese, a raça não muda com o tempo.
Contrário a tudo isso aqui no Brasil, somos uma sociedade globalizada, permitindo assim uma nação ideal, sem segregações, justamente por sermos um povo miscigenado.
A admissão das cotas raciais nada mais é que admitir tacitamente toda essa loucura disseminada nos séculos XIX e XX ao afirmar na entrelinhas que afrodescendentes como o Pelé ou como Ronaldo o fenômeno, assim como os índios, são inferiores e necessitam de uma bengala para se apoiarem a fim de alcançar a desejada “igualdade” com as demais raças.
Diante e tudo isso não posso comungar com esse pensamento, mesmo que pareça ser politicamente incorreto para alguns desavisados.
Meu caro, Nietzsche não fala em super-homem, Quem refere-se a essa concepção, nada mais e nada menos é o O OUTRO GADO falando de OUTRO GADO;Sendo assim todos animais de rebanho. O termo que ele emprega e ÜBERMENSCH, que caracteriza-se por uma forma totalmente adversa e radical de uma concepção que foi contada na historia do homem até então. Para Nietzsche atés os nazistas eram animais de rebanho. Cuidado com as leituras que tu coloca em espaço publico.
ResponderExcluirno titulo parece que você vai abordar 2 temas, porem focou de mais em superioriade de raças
ResponderExcluirO que eu sempre digo a respeito desse assunto é: "Concordo com quase todos os argumetos utilizados pelas pessoas que são contra as cotas. Mas mesmo assim, sou a favor!". Que a educação precisa melhorar, que o professor precisa ser valorizado, que deveria existir mais vagas nas universidades, que deveriam admitir mais professores... Tudo isso é fato mais do que falado, é tema de reivindicações e é verdadeiro desde muito antes de eu entrar no magistério. Quanto tempo mais as pessoas menos favorecidas terão que esperar se não existirem as cotas?
ResponderExcluirSe de cada 100 que entrarem por cota – e que não entrariam de outro modo – um (UM SÓ!) concluir o curso e se tornar um profissional ativo da área em que se formou, para mim a cota já valeu minha aprovação. Não tenho dados, mas acho que o número será maior...
Repito e repetirei muito tempo ainda: Concordo com praticamente todos os argumentos dos que são contra as cotas, mas sou a favor! E concordo que se tivesse uma boa escola pública as cotas não fariam sentido porque os negros têm tanta capacidade quanto os brancos. Sim, temos que lutar para melhorar a educação, efetivamente, e não precisaremos de cotas. Verdade, negro pobre é favelado, negro rico é aceito. Tudo verdade. Mas até quando teremos (ou eles terão) que esperar? Tudo o que dizem eu já ouço há décadas, e nesse tempo a educação pública não só não melhorou como piorou.
Como ficariam os negros sem as cotas? Como os cidadãos de segunda classe que na prática muitos ainda são, esperando por uma igualdade de oportunidade que nunca vem? O negro rico é aceito – e mesmo assim não tanto, lembra a rejeição que o Carlinhos Brown teve quando foi morar em um condomínio de luxo? – mas o negro classe média ainda perde para o branco classe média em muitas situações. Ao contrário de muitos dos que são contra as cotas e usam todos esses argumentos que citei, eu não posso dizer que tenho sangue negro em minhas veias – pelo menos não que eu saiba – mas tomei as devidas providências para que meu filho tivesse, e posso dizer, meu marido já foi preterido em emprego por conta da cor.
Mas se você não quiser pensar que isso ainda acontece, dá para citar outras situações, ou pelo menos uma ou duas: Negro é parado pela polícia com mais frequência, e as mulheres são mais frequentemente confundidas com empregadas domésticas quando estão entrando no prédio onde moram. E atenção que meu comentário não pretende ser nenhuma ofensa às empregadas domésticas! Talvez (só talvez) se esse sistema de cotas ajudar a ter mais negros com nível superior, essas coisas parem de ser como são.
PS: Sobre o que falei do Carlinhos Brown, aqui está o trecho da entrevista em que Chico Buarque, sogro do rapaz, falou do assunto: “Quer dizer, sem ser diretamente com os meus netos, já aconteceu uma agressão à casa em que eles moravam. Saíram de lá, a família saiu de lá e foram para a Bahia. Quando a minha família vem agora, o Carlinhos e os filhos, eles ficam na casa de Marieta (Severo, atriz), porque ficou desagradável conviver e morar num condomínio de classe média na Gávea, onde eles eram claramente indesejáveis, onde foram agredidos. Você não tem o que fazer. Meu ímpeto era ir lá e chamar o síndico. Perguntar “quem foi que fez isso?”. E não adianta, é inútil.”
Uma das "chorações" dos que são contra as cotas se resume nesta frase escrita por um amigo do Face: COTAS PARA NEGROS PORQUE TODO BRANCO NASCE RICO. Mas não é isso não. É porque entre os pobres, a imensa maioria é negra, e porque mesmo entre os mais pobres os brancos têm mais oportunidades do que os negros. É porque vivemos em um país extremamente racista que faz de conta que não é racista.
ResponderExcluirEu sei que nem todo branco nasce rico, eu sou branca e embora não seja rica agora, nasci muito pobre mesmo, morei em barracão de madeira; na casa dos meus pais só foi ter geladeira quando eu já não morava lá; estudei em escola de periferia "no cu do mundo" mas na escola em que estudava e no bairro pobre em que eu morava havia muitos negros e eles sofriam bem mais do que eu... Eu vi isso!
Mesmo sendo tão pobre quanto eles eu estava, aos olhos de todos os que nos olhavam "um grau acima" por causa da cor da minha pele. Sim, nem todo branco é vilão ou do mal, mas muitos brancos simplesmente NÃO SABEM o que é ser negro. Eu não sei por experiência, mas vi e vejo de perto.
E, por último, me desculpe mas esse texto de abertura do debate me parece bastante desconectado. Noventa por cento do texto é história do racismo "justificado" cientificamente, no finalzinho, sem mostrar onde é mesmo que está o paralelo, vem com o "argumento" de que o sistema de cotas é um retorno a esse racismo.
ResponderExcluirPareceu-me que lé não tem nada a ver com cré...